Coisas minhas, coisas nossas, coisas de outras pessoas... assim de simples...
Tuesday, June 19, 2007
O OPERARIO EM CONSTRUÇÃO
E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe
num momento de tempo todos os reinos do mundo.
E disse-lhe o Diabo:
— Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue
e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
— Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus
e só a Ele servirás.
(Lucas, cap. V, vs. 5-8)
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
by Vinícius de Morais
Tuesday, June 12, 2007
UNA QUESTION DE EDAD
Leí una vez que la Argentina no es mejor ni peor que España,
sólo más joven. Me gustó esa teoría y entonces inventé un truco para
descubrir la edad de los países basándome en el "sistema perro".
Desde chicos nos explicaron que para saber si un perro era joven
o viejo había que multiplicar su edad biológica por 7.
En el caso de los países hay que dividir su edad histórica entre
14 para saber su correspondencia humana. ¿Confuso?
En este artículo pongo algunos ejemplos reveladores.
Argentina nació en 1816, por lo tanto ya tiene 190 años.
Si lo dividimos entre 14, Argentina tiene "humanamente" alrededor
de 13 años y medio, o sea, está en la edad del pavo. Es rebelde, pajera,
no tiene memoria, contesta sin pensar y está llena de acné
será por eso que le dicen el granero del mundo?)
Casi todos los países de América Latina tienen la misma edad y,
como pasa siempre en esos casos, forman pandillas.
La pandilla del Mercosur son cuatro adolescentes que tienen
un conjunto de rock. Ensayan en un garage, hacen mucho ruido
y jamás han sacado un disco.
Venezuela, que ya tiene tetitas, está a punto de unirse a ellos
para hacer los coros. En realidad, como la mayoría de las chicas
de su edad, quiere tener sexo, en este caso con Brasil,
que tiene 14 años y el miembro grande.
México también es adolescente, pero con ascendente indigena.
Por eso se ríe poco y no fuma ni un inofensivo porro,
como el resto de sus amiguitos, sino que mastica peyote,
y se junta con Estados Unidos,
un retrasado mental de 17, que se dedica a atacar a los chicos
hambrientos de 6 añitos en otros continentes.
En el otro extremo está la China milenaria.
Si dividimos sus 1.200 años por 14 obtenemos una señora de 85,
conservadora, con olor a pipí de gato, que se la pasa comiendo arroz
porque no tiene -por ahora- para comprarse una dentadura postiza.
La China tiene un nieto de 8 años, Taiwán, que le hace la vida imposible.
Está divorciada desde hace rato de Japón, un viejo cascarrabias,
que se juntó con Filipinas, una jovencita pendeja, que siempre
está dispuesta a cualquier aberración a cambio de dinero.
Después están los países que acaban de cumplir la mayoría de edad
y salen a pasear en el BMW del padre. Por ejemplo, Australia y Canadá,
típicos países que crecieron al amparo de papá Inglaterra y mamá Francia,
con una educación estricta y concheta, y que ahora se hacen los locos.
Australia es una pendeja de poco más de 18 años, que hace topless
y tiene sexo con Sudáfrica; mientras que Canadá es un chico gay emancipado,
que en cualquier momento adopta al bebé Groenlandia para formar
una de esas familias alternativas que están de moda.
Francia es una separada de 36 años, más puta que las gallinas,
pero muy respetada en el ámbito profesional. Tiene un hijo de apenas 6 años:
Mónaco, que va camino de ser puto o bailarín... o ambas cosas.
Es amante esporádica de Alemania, camionero rico que está casado con Austria,
que sabe que es cornuda, pero no le importa.
Italia es viuda desde hace mucho tiempo. Vive cuidando a San Marino
y al Vaticano, dos hijos católicos idénticos a los mellizos de los Flanders.
Estuvo casada en segundas nupcias con Alemania (duraron poco: tuvieron Suiza),
pero ahora no quiere saber nada con los hombres. A Italia le gustaría
ser una mujer como Bélgica: abogada, independiente, que usa pantalón
y habla de política de tú a tú con los hombres (Bélgica también
fantasea a veces con saber preparar spaghettis).
España es la mujer más linda de Europa (posiblemente Francia le haga sombra,
pero pierde espontaneidad por usar tanto perfume). Anda mucho en tetas
y va casi siempre borracha. Generalmente se deja follar por Inglaterra
y después hace la denuncia. España tiene hijos por todas partes
(casi todos de 13 años), que viven lejos. Los quiere mucho, pero le molesta que, cuando tienen hambre, pasen una temporada en su casa y le abran la nevera.
Otro que tiene hijos desperdigados es Inglaterra. Sale en barco por la noche,
se culea pendejas y a los nueve meses aparece una isla nueva en alguna parte del mundo. Pero no se desentiende de ella. En general las islas viven con la madre,
pero Inglaterra les da de comer.
Escocia e Irlanda, los hermanos de Inglaterra que viven en el piso de arriba,
se pasan la vida borrachos y ni siquiera saben jugar al fútbol.
Son la vergüenza de la familia.
Suecia y Noruega son dos lesbianas de casi 40 años, que están buenas de cuerpo,
a pesar de la edad, pero no le dan bola a nadie. Cogen y trabajan, pues son licenciadas en algo. A veces hacen trío con Holanda (cuando necesitan porro); otras, le histeriquean a Finlandia, que es un tipo medio andrógino de 30 años, que vive solo en un ático sin amueblar y se la pasa hablando por el móvil con Corea.
Corea (la del sur) vive pendiente de su hermana esquizoide. Son mellizas,
pero la del norte tomó líquido amniótico cuando salió del útero y quedó estúpida.
Se pasó la infancia usando pistolas y ahora, que vive sola, es capaz de cualquier cosa.
Estados Unidos, el retrasadito de 17, la vigila mucho, no por miedo, sino porque le quiere quitar sus pistolas.
Israel es un intelectual de 62 años que tuvo una vida de mierda.
Hace unos años, Alemania, el camionero, no le vio y se lo llevó por delante.
Desde ese día Israel se puso como loco. Ahora, en vez de leer libros, se lo pasa en la terraza tirándole piedras a Palestina, que es una chica que está lavando la ropa en la casa de al lado.
Irán e Irak eran dos primos de 16 que robaban motos y vendían los repuestos,
hasta que un día le robaron un respuesto a la motoneta de Estados Unidos
y se les acabó el negocio. Ahora se están comiendo los mocos.
El mundo estaba bien así, hasta que un día Rusia se juntó (sin casarse) con la Perestroika y tuvieron como docena y media de hijos. Todos raros, algunos mongólicos,
otros esquizofrénicos. Hace una semana, y gracias a un despelote con tiros y muertos,
los habitantes serios del mundo descubrimos que hay un país que se llama Kabardino-Balkaria. Un país con bandera, presidente, himno, flora, fauna...y hasta gente!
A mí me da un poco de miedo que aparezcan países de corta edad, así, de repente.
Que nos enteremos de costado y que, incluso, tengamos que poner cara de que ya sabíamos, para no quedar como ignorantes.
Y yo me pregunto: ¿Por qué siguen naciendo países, si los que hay todavía no funcionan?
(Autor desconocido)
Friday, June 08, 2007
VERDADE
poesia de
Carlos Drummond de Andrade
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Sunday, June 03, 2007
ALÉM DA TERRA, ALÉM DO CÉU
Poema de
Carlos Drummond de Andrade
Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.
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